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Por que estão falando tanto de… Burnon X Burnout
Em meio ao cenário de aumento nos pedidos de afastamento dos trabalhadores brasileiros por transtornos de saúde mental, o Burnon surge como uma nova síndrome, bastante semelhante ao já conhecido Burnout.
A expressão do momento, aquela tendência que acabou de chegar ao mercado, uma notícia que tem chamado atenção, uma trend que viraliza nas redes ou até uma nova regulamentação. Se o tema está quente, é melhor não ficar para trás. Mas nem sempre conseguimos ir na esteira das novidades e entender tudo que tem acontecido no mundo do RH.
A roda gira, e às vezes bem rápido. Esta seção de Cajuína traz os assuntos mais frescos do universo de quem trabalha com gente.Na pauta dessa semana, vamos falar sobre as síndromes de burnon e burnout, suas semelhanças e diferenças, e por que o RH precisa estar atento a esse assunto.
O que você precisa saber
Você sabia que, atualmente, a ansiedade é a terceira causa que mais afasta os brasileiros do trabalho? Segundo levantamento do Ministério da Previdência Social, de outubro de 2023 a setembro de 2024, o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) concedeu 128.905 benefícios por incapacidade, antigo auxílio-doença, referente a “outros transtornos ansiosos”. Essa denominação inclui, por exemplo, ansiedade generalizada e transtorno de pânico. Conforme os dados, a doença ficou atrás apenas de dor nas costas (dorsalgia), com 185.843 requerimentos concedidos, e de outros transtornos de discos intervertebrais, com 150.066.
Esses números revelam um aumento significativo nos pedidos de afastamento relacionados a problemas de saúde mental em relação aos últimos anos. Em 2021, a ansiedade ocupava o 10º lugar no ranking do INSS, respondendo por 49.481 afastamentos. No ano seguinte subiu para oitavo, com 54.203. Em 2023, esse número chegou ao quinto lugar, com 80.516 pedidos.
Em meio a esse cenário, e sobretudo após a pandemia de Covid-19, que lançou luz sobre questões como o bem-estar e a saúde dos trabalhadores, novas classificações e termos usados para entender como funcionam os problemas de saúde mental e física relacionados ao trabalho foram popularizados. O mais conhecido deles, Burnout, é uma doença caracterizada pela exaustão física e emocional do trabalhador, que está frequentemente associada a ambientes de trabalho com altas demandas, pouco reconhecimento e falta de equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
Entretanto, mais recentemente surgiu um termo bastante semelhante, referente a uma nova síndrome: o Burnon, que caracteriza um estado constante de fadiga e sofrimento extremos, sem necessariamente culminar em um colapso total.
Assim, enquanto o Burnout, também conhecido como síndrome do esgotamento profissional, é caracterizado pela exaustão e falta de produtividade, o Burnon descreve um estado em que o profissional se envolve de maneira excessiva com o trabalho, sem perceber o desgaste. Na prática, as pessoas que são acometidas pelo Burnon continuam sendo produtivas apesar de toda a exaustão, fazendo com que esse problema seja quase imperceptível.
O que isso significa para o RH
Uma vez que, tanto o Burnon quanto o Burnout estão relacionados ao estresse e à exaustão dos profissionais no ambiente de trabalho, é importante que os profissionais de RH e as lideranças estejam atentos aos principais sinais dessas doenças nos seus colaboradores, que podem se manifestar de diferentes maneiras.
Entre os principais sintomas, estão:
– queixas de exaustão física e mental;
– desconexão emocional;
– redução do prazer nas atividades diárias;
– persistências de sintomas físicos, como dor de cabeça constante;
– tensão muscular;
– queimação de estômago;
– problemas de pele;
– queda de cabelo;
– queda da imunidade e surgimento de doenças autoimunes.
Além da atenção para esses sintomas, é preciso que as empresas, com apoio das áreas voltadas para o cuidado com o colaborador, estejam dispostas a promover um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal, oferecendo apoio psicológico aos colaboradores e incentivando práticas que reduzam o estresse crônico.
Nesse sentido, é imprescindível promover um ambiente de trabalho saudável, incentivar a prática de atividades físicas, proporcionais dias de descanso e até flexibilizar o modelo de trabalho e cargas horárias, quando for possível.
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