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Por que estão falando tanto de… desigualdade salarial entre homens e mulheres
De acordo com dados do Ministério do Trabalho, mulheres recebem em média 20,7% a menos que homens; saiba como o RH pode impactar nessa diferença
A expressão do momento, aquela tendência que acabou de chegar ao mercado, uma notícia que tem chamado atenção, uma trend que viraliza nas redes ou até uma nova regulamentação. Se o tema está quente, é melhor não ficar para trás. Mas nem sempre conseguimos ir na esteira das novidades e entender tudo que tem acontecido no mundo do RH.
A roda gira, e às vezes bem rápido. Esta seção de Cajuína traz os assuntos mais frescos do universo de quem trabalha com gente. Na pauta dessa semana, vamos falar sobre diferença salarial entre homens e mulheres, e explicar por que você precisa ficar sabendo desse assunto.
O que você precisa saber
Pode parecer que esse assunto está ultrapassado, mas, infelizmente, a realidade é outra. Apesar da Lei de Equidade Salarial ter sido sancionada em julho de 2023, a desigualdade salarial entre homens e mulheres cresceu no Brasil. Segundo dados recentes divulgados pelo Ministério do Trabalho, hoje as mulheres recebem em média 20,7% a menos que os homens empregados no setor privado do país. Até março deste ano, a diferença era de 19,4%.
O relatório também mostra que a disparidade é ainda maior quando o assunto são cargos de liderança: em posições de direção ou gerência, as mulheres recebem apenas 73% da remuneração dos homens nos mesmos cargos. E, tudo piora quando o assunto são mulheres negras no ambiente corporativo. Na prática, elas recebem até 35,38% a menos que mulheres não negras, 21,4% a menos que os homens negros e quase metade (49,75%) do salário de homens não negros, desempenhando as mesmas funções.
Além disso, conforme o levantamento, que considerou 18 milhões de trabalhadores em 50.692 estabelecimentos com 100 ou mais empregados, em 42,7% das empresas pesquisadas, menos de 10% da folha salarial era composta por mulheres pretas e pardas. E, em 53% dos estabelecimentos, mesmo tendo mais de 100 empregados, não havia pelo menos três mulheres em cargos de direção e chefia.
Diante desse cenário, o governo federal, através do MTE, lançou um Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre Homens e Mulheres. O documento lista 79 ações para estimular a equiparação das funções e dos rendimentos entre homens e mulheres. Entre as propostas, estão a qualificação de mulheres visando a ascensão a cargos de liderança e o incentivo e criação de iniciativas que alterem a cultura organizacional empresarial que exclui as mulheres.
O que isso significa para o RH
Não é novidade que atração e retenção de talentos é uma das principais funções – e dores – do RH. O setor, que é responsável pelo bom funcionamento da empresa no que diz respeito às pessoas, precisa olhar constantemente para diversidade e equidade de gênero no ambiente corporativo.
Afinal, contar com um time diverso de colaboradores é essencial para o sucesso de qualquer organização. E não somos nós que estamos dizendo isso: um estudo da consultoria Diversity Matters Even More apontou que empresas diversas em termos de gênero mostraram uma tendência financeira 25% melhor do que seus pares. A proporção sobe para 36% em companhias diversas em todos os pilares – como raça e etnia, orientação sexual, deficiências.
Outra pesquisa, da Harvard Business Review aponta que a cada 10% de aumento em equidade de gênero em uma organização, a receita da empresa aumenta entre 1% e 2%.
Mas não basta apenas contratar mulheres para promover a equidade de gênero no ambiente de trabalho: é preciso transformar a cultura das organizações, através de um esforço contínuo de conscientização e ações concretas que devem ser aplicadas na organização, como a promoção de lideranças femininas e programas de equiparação salarial. E, para isso, o RH deve ser um dos grandes mobilizadores das mudanças.
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