Com a segurança jurídica do STF, o desafio agora é outro: como construir uma narrativa de valor quando não há liquidez imediata?
A expressão do momento, aquela tendência que acabou de chegar ao mercado, uma notícia que tem chamado atenção, uma trend que viraliza nas redes ou até uma nova regulamentação. Se o tema está quente, é melhor não ficar para trás. Mas nem sempre conseguimos acompanhar tudo o que tem acontecido no mundo do RH.
A roda gira, e às vezes bem rápido. Esta seção de Cajuína traz os assuntos mais frescos do universo de quem trabalha com gente.
Na pauta desta semana, vamos falar sobre… como novas evidências que mostram como a segurança psicológica se tornou um dos principais fatores de desempenho e bem-estar em equipes, especialmente em períodos de pressão.
Nos últimos anos, temas como burnout, colaboração entre equipes e produtividade sustentável têm dominado a agenda corporativa. Nesse contexto, a segurança psicológica reapareceu como peça-chave – e um novo artigo da Harvard Business Review reforça o porquê.
O novo artigo publicado pela HBR reuniu resultados de diferentes estudos conduzidos por Amy Edmondson e por consultorias. As pesquisas analisaram centenas de equipes em diversos setores para entender como elas se comportam sob tensão. O diagnóstico é claro: o que separa times resilientes daqueles que quebram é a existência – ou ausência – de segurança psicológica. Entre os achados, quatro dados chamam atenção:
Equipes expostas às mesmas pressões apresentaram níveis muito diferentes de exaustão. Nos grupos com abertura para falar, pedir ajuda ou admitir dúvidas, a intenção de saída e o desgaste emocional foram significativamente menores.
Os pesquisadores notaram que esses times relatam mais erros no dia a dia, simplesmente porque não escondem problemas. No longo prazo, porém, as equipes tomam melhores decisões e aprendem mais rápido, criando ciclos contínuos de melhoria.
Quando existe medo de julgamento, as pessoas deixam de propor ideias, falam menos nas reuniões e evitam assumir riscos. O resultado é um empobrecimento direto da criatividade coletiva.
Sob forte pressão, times com baixa segurança psicológica tendem a adotar comportamentos defensivos. Já os grupos seguros mantêm abertura, fazem perguntas, contestam premissas e cocriam soluções – o que os leva a respostas melhores.
Para a HBR, a mensagem central é simples: segurança psicológica não é clima “legalzinho”, é infraestrutura de desempenho. É o que permite que pessoas concordem e discordem, testem hipóteses, levantem alertas e admitam que algo não deu certo — ingredientes essenciais para inovação e qualidade.
Para quem trabalha com gente, a leitura deixa claro que segurança psicológica não nasce espontaneamente. Ela depende de incentivos, práticas e estruturas organizacionais – e, portanto, é um tema que exige protagonismo do RH.
Do texto e das pesquisas, emergem três implicações diretas:
Times não se sentem seguros se seus sistemas de avaliação e reconhecimento estimulam competição interna ou punição a erros. Para construir segurança psicológica, é preciso alinhar processos, rituais e expectativas.
Empresas que esperam o “momento difícil” para reforçar a colaboração chegam tarde demais. A resiliência nasce quando práticas de escuta, feedback e vulnerabilidade já fazem parte da rotina – e não apenas do discurso.
São eles que traduzem cultura no cotidiano. O RH pode apoiar com formação, ferramentas de facilitação, roteiros de reuniões e metodologias que ajudem líderes a convidar opiniões divergentes, acolher dúvidas e compartilhar transparência.
A segurança psicológica, portanto, funciona como uma espécie de sistema imunológico das organizações.
Tal como uma vacina social, é ela que determina se um time vai se fechar em silêncio ou se abrir para aprender e encontrar soluções durante tempos turbulentos. Em um ambiente de trabalho cada vez mais complexo, rápido e pressionado por resultados, poucas competências são tão estratégicas quanto garantir que as pessoas se sintam seguras para colaborar de verdade.
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