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O CHRO como Protagonista Estratégico no Futuro do RH

O CHRO do futuro é um arquiteto estratégico, que conecta tecnologia, pessoas e propósito para entregar soluções que transformam empresas

Convidado Comp
4 de dezembro de 2024
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Por Filipe Ducas*

O Chief Human Resources Officer (CHRO) tornou-se um agente essencial na evolução das empresas, especialmente em tempos de mudanças rápidas e expectativas crescentes dos colaboradores. Mais do que um gestor de recursos humanos, o CHRO é o elo que conecta pessoas, tecnologia e objetivos organizacionais para criar soluções que impulsionam o sucesso do negócio.

Este artigo explora como o CHRO está se posicionando como um líder estratégico e um provedor de soluções ao combinar gestão inteligente de pessoas e inovação tecnológica, preparando as organizações para os desafios e oportunidades do futuro.


Ah, o CHRO. Não tem jeito: ele é o arquiteto da transformação. Não é quem coloca o tijolo, mas quem desenha o plano e engaja todo mundo para fazer a construção sair do papel. O desafio? Falar de pessoas de um jeito que faz sentido para quem pensa em margem de lucro, crescimento e retorno sobre investimento. O segredo do sucesso está na capacidade de traduzir “gente” para a língua do negócio.

E nisso, o CHRO é mestre. Ele sabe que para engajar os líderes, não basta um discurso bonito sobre a importância de cuidar das pessoas. É preciso falar com o CFO sobre engajamento como quem fala de custo de oportunidade. É mostrar que um turnover alto não é só chato — é caro. Que treinar lideranças gera não só engajamento, mas gera eficiência financeira e produtividade com impacto direto no EBITDA. Para o CHRO, os números são aliados, e as decisões sobre pessoas vêm sempre acompanhadas de uma planilha bem feita e uma visão clara de ROI.

Com os líderes de negócio, a abordagem é outra. O CHRO constrói pontes, mostrando que investir em pessoas não é um “custo extra”, mas a base para resultados sustentáveis. Quer lançar um produto mais rápido? Você precisa de equipes ágeis e alinhadas. Quer abrir um mercado internacional? Só dá certo com talentos preparados para navegar diferenças culturais. Ele fala a língua da estratégia e deixa claro que cuidar de gente é, na verdade, cuidar do negócio.

Esse papel de tradutor é o que permite ao CHRO engajar a liderança em programas que realmente transformam. Ele não chega com uma lista de desejos do RH, mas com um plano integrado aos objetivos da empresa. Mostra que um programa de diversidade, por exemplo, não é só sobre “fazer o certo”, mas sobre melhorar a inovação e a tomada de decisão. Ou que um modelo híbrido bem estruturado pode significar não só colaboradores mais felizes, mas também produtividade maior e custos operacionais menores.

Outro trunfo do CHRO é saber instrumentalizar os líderes. Ele não só aponta o caminho, mas entrega as ferramentas para que a liderança faça sua parte. Treinamentos, dados, benchmarks — tudo está à mão. Quer melhorar o engajamento da equipe? Aqui estão as métricas, os insights e um plano de ação ajustado à realidade de cada área. Quer um programa de desenvolvimento que funcione? Aqui estão os dados sobre lacunas de competências e o impacto que essas habilidades podem ter no resultado do negócio.

E quando a conversa é sobre estratégia, o CHRO sabe trazer soluções práticas que conectam pessoas e metas corporativas. Ao invés de focar só no “como as pessoas vão se sentir”, ele apresenta o impacto que mudanças na cultura, nos modelos de trabalho ou nas recompensas têm nos resultados. É assim que o CHRO conquista credibilidade: resolvendo problemas reais, falando a língua do business e entregando valor tangível.

No final, o CHRO é mais que o guardião da estratégia de pessoas; ele é o elo entre o coração do negócio — as pessoas — e os números que todo mundo quer ver no relatório trimestral. Não é sobre convencer os outros de que “pessoas importam”. Isso já está claro. O trabalho do CHRO é mostrar como isso se traduz em lucro, crescimento e vantagem competitiva. Porque quando o discurso faz sentido para o CFO, para o COO e para o time de vendas, a liderança compra a ideia e faz acontecer.

E aí, sua empresa já tem um CHRO que fala a língua do negócio? Porque, no fim das contas, quem domina essa arte é quem constrói o futuro.

*Filipe Ducas é formado em Administração, com Especialização em Recursos Humanos e MBA Internacional em Liderança e Gestão, Ducas é uma das referências brasileiras no setor de Remuneração e Benefícios, com uma carreira global e robusta. Co-fundador e Executivo Sênior de Remuneração da Comp, possui mais de 20 anos de experiência em posições de liderança em Remuneração, Operações de RH e People Analytics em gigantes como IBM, Atento, Cognizant, XP Inc. e Grupo OLX. Sua expertise é desenhar políticas e liderar projetos transformadores, com foco em utilizar tecnologia para potencializar o capital humano. Pela Comp, já foi responsável por ajudar mais de 100 empresas a construírem estratégias de remuneração que conectam a estratégia de talentos com o negócio.