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6 Dicas sobre Lifelong Learning com Leandro Herrera, CEO da Tera

Formado em Relações Internacionais e fã de música, executivo dá dicas para quem busca exercitar o aprendizado contínuo, mas não sabe nem por onde começar

Bruno Capelas
11 de novembro de 2022
Lifelong learning: 6 dicas para aprender na vida adulta, com Leandro Herrera, CEO da Tera
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Não importa se você trabalha hoje com tecnologia, numa startup ou numa empresa tradicional: já deve ter percebido que para seguir com a sua carreira, é preciso continuar aprendendo continuamente ao longo do tempo – afinal, que atire a primeira pedra quem não acha que o que aprendeu na faculdade ou numa pós-graduação já pode ter ficado um pouco desatualizado. Não à toa, a tarefa ganhou até conceito próprio: lifelong learning, ou, traduzido livremente, “aprendizado ao longo da vida”.

Por outro lado, aprender na vida adulta parece uma tarefa mais difícil do que se imaginava, não é mesmo? 

Falta de tempo, de motivação e até mesmo a dificuldade do cérebro em processar informações pesam – pelo menos é o que diz Leandro Herrera, CEO da Tera, startup dedicada a criar novos meios de educação continuada para os dias de hoje. Formado em Relações Internacionais e fã de música, o executivo dá dicas neste Borogodó para quem está precisando de uma forcinha para voltar aos estudos, seja para um aprendizado complementar ou para fazer uma transição de carreira. 

#1: Crie uma motivação

Seja aprendendo algo da sua área ou fazendo uma transição de carreira, a gente entendeu na Tera que na educação adulta, é importante ter uma motivação intrínseca. É importante saber porque você está fazendo aquilo, porque a motivação é uma das coisas mais importantes para o engajamento. Pode ser porque você queira acessar novas oportunidades, porque quer ter uma empresa ou porque tem um projeto legal para se envolver.

#2: Lembre-se que aprender é difícil

Aprender é gostoso, mas também é difícil. Não é algo que é sempre legal ou fácil – até porque, parte do processo de aprender é justamente desenvolver novas conexões neurológicas. O adulto tem até uma limitação cognitiva para aprender rápido, então é importante ter isso em mente. Além disso, tem uma questão importante da andragogia: você não consegue ensinar nada para um adulto, o adulto só consegue aprender chegando às próprias conclusões. A gente tem certos bloqueios cognitivos para refutar informações e fazer pré-julgamentos, por isso o aprendizado acontece mais rapidamente se você consegue fazer aplicações para que eles cheguem às próprias conclusões.

#3: Descubra o seu projeto

Motivação sozinha, porém, não basta: é preciso tornar tangível o aprendizado. Não basta só achar que UX Design é legal e tem boas oportunidades profissionais. É preciso achar um projeto que te faça estudar UX Design, como, sei lá, criar um aplicativo para alguém aprender piano. A tangibilização amarra muito o processo e faz com que a pessoa não desista – inclusive, a dificuldade pode trazer mais motivação. Eu gosto muito de música e vivo aprendendo instrumentos, mas sempre aprendo um instrumento para tocar uma música, depois outra, depois outra. É algo que vai dar outra perspectiva em relação ao aprendizado.

#4: Encapsule o conhecimento

A gente discute muito como cada pessoa aprende, se é por vídeo, anotando no caderninho, só ouvindo uma aula… cada pessoa tem seu jeito. O importante é encapsular o conhecimento, entender os princípios das coisas. Durante o processo de aprendizado, é importante parar para refletir e encapsular conceitos, seja num caderno, num bloco de notas digitais, um pouco como ler um livro e fazer o resumo. Quando você for aplicar o conhecimento, talvez você não tenha todos os detalhes, mas você vai trabalhar por princípios. Eu gosto muito de usar o Notion para conseguir organizar essas ideias, mas qualquer ferramenta funciona.

#5: Dedique seu tempo

Muita gente reclama que não tem tempo para aprender. Se não tem tempo, fica difícil, porque não tem como criar tempo, não tem de onde tirar. O que mais funciona, porém, é colocar o aprendizado no calendário. Ter um horário fixo durante a semana para se dedicar a explorar um tema, bloquear a agenda para isso. Tem que estar na agenda como terapia, academia e almoço com a família. E uma das vantagens atuais é que a educação está cada vez mais digital, então os slots não precisam ser grandes, não precisa ser uma noite inteira. Às vezes, 30 minutos por dia basta. O importante é que sempre exista uma cadência, para definir bem os objetivos com esse aprendizado.

#6: Aprenda em grupo

Outra coisa que ajuda muito o aprendizado na vida adulta é fazer atividades em grupo. Buscar um amigo, um parceiro de aulas, em geral, tende a criar um mecanismo social de pressão positiva – e isso gera um engajamento maior com o assunto que você está aprendendo.

Veja também: “Como você fala é tão importante quanto o que você fala”: as dicas de Maytê Carvalho sobre retórica e persuasão

Bruno Capelas é jornalista. Foi repórter e editor de tecnologia do Estadão e líder de comunicação da firma de venture capital Canary. Também escreveu o livro 'Raios e Trovões – A História do Fenômeno Castelo Rá-Tim-Bum'.