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Só 42% crê que sua empresa se preocupa bastante com mudanças climáticas, diz pesquisa

Levantamento realizado por Cajuína detalha percepção do trabalhador CLT relacionada a desastres climáticos; nove em cada dez pessoas dizem ter medo de serem afetadas por questões ligadas ao aquecimento global e aumento dos gases do efeito estufa

Redação
8 de julho de 2024
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Nos últimos anos, o impacto das mudanças climáticas tem se manifestado de maneira cada vez mais evidente no Brasil e no mundo. As oscilações na temperatura, principalmente causadas pelo aquecimento global, acarretam desastres climáticos que afetam nosso ecossistema e impactam diretamente no dia a dia das pessoas, bem como suas rotinas profissionais.

Recentemente, o Rio Grande do Sul foi um dos Estados brasileiros que mais sofreu com esse tipo de catástrofe, com a inundação de cidades inteiras e milhares de pessoas desabrigadas. Diante desses fatos, não chega a impressionar que 9 em cada 10 trabalhadores tenham medo de serem afetados por desastres climáticos. No entanto, ao mesmo tempo, apenas 42% das pessoas acredita que suas empresas se preocupam bastante com o tema. 

Essa disparidade entre pessoas físicas e jurídicas é um dos destaques do levantamento recentemente feito por Cajuína e a consultoria de pesquisa Opinion Box, realizado com o objetivo de entender a percepção dos trabalhadores brasileiros em relação às ações das empresas em que trabalham frente aos desastres climáticos. Ao longo do mês de junho, foram entrevistadas mais de mil pessoas nas cinco regiões do País, que trabalham em regime CLT de empresas privadas, em classes sociais e faixas etárias diferentes. Segundo a pesquisa, 69% dos entrevistados atuam em formato presencial, 23% em sistema híbrido e 8% em modelo remoto. Além disso, sete em cada dez participantes declaram morar na mesma cidade em que sua empresa está localizada. 

De acordo com a pesquisa, 77% dos entrevistados consideram o tema de mudanças climáticas relevantes, tendo preocupação com o impacto negativo em diversos aspectos de suas vidas. Família é a maior causa de ansiedade com o tema, sendo citada por 58% dos participantes, seguida por saúde física (50%) e finanças (50%). 

Impacto dos desastres climáticos 

Entre os entrevistados, 46% já vivenciaram situações relacionadas a desastres climáticos. Desses, 89% dizem terem sido impactados diretamente por chuvas (enchentes, granizo e/ou deslizamento). Além disso, dos que já foram afetados, a maioria já vivenciou alguns incidentes acarretados por essa questão, como falta de energia elétrica (79%), falta de conexão com a internet (64%) e falta de água (49%). Além disso, 29% enfrentaram a perda ou dano de patrimônios materiais.

Quando questionados sobre quais tipos de apoio gostariam de receber das empresas em que trabalham em situações adversas, as opções mais sinalizadas foram flexibilidade no trabalho (61%), auxílio financeiro (46%) e apoio com questões de saúde mental (41%). 

Dificuldade no trajeto

Outro ponto que chama atenção na pesquisa é o do impacto no deslocamento até o local de trabalho: 48% disseram gastar entre 30 minutos e 90 minutos para percorrer o caminho e 59% declara já ter tido dificuldade no deslocamento até o trabalho em função de questões climáticas. Considerando um percurso que já costuma ser demorado, é possível pensar que essas dificuldades impactam ainda mais nesse tempo que é dedicado a chegar ao local de trabalho, afetando questões como produtividade e bem-estar. 

Em relação às situações que mais afetaram o trajeto até o trabalho, 78% destacou que sua jornada foi impactada por chuvas excessivas e 41% por enchentes. Quando olhamos para o recorte da região Sul do país – especificamente do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina – 65% dos entrevistados já enfrentaram alguma dificuldade no deslocamento até o local de trabalho, e as chuvas excessivas e enchentes continuam liderando o ranking dos principais motivos com 65% e 63%, respectivamente. 

Saúde mental

A pesquisa também mostra que o tema já está afetando significativamente o bem-estar emocional dos trabalhadores – 43% declara ter vivenciado sintomas de ansiedade causados por situações de mudanças climáticas, 41% sentiram estresse e 17% perda da produtividade. Curiosamente, 30% dos participantes consideram que as mudanças climáticas não afetam suas emoções. Embora sintam medo de serem afetados por essas situações climáticas, muitas pessoas ainda não percebem que este já é um impacto emocional. Dessa forma, podemos perceber a dificuldade dos próprios trabalhadores em entender a gravidade dos acontecimentos e que, na maioria das vezes, as empresas têm, sim, responsabilidade por tornar esses desafios um pouco menos difíceis de serem vividos.

Em resumo, em um mundo cada vez mais vulnerável a desastres climáticos, as empresas que se prepararem e implementarem diretrizes de suporte para seus funcionários em situações como essa, não apenas mitigam os impactos negativos imediatos dessas adversidades, como também fortalecem e preservam o principal ativo de uma companhia: as pessoas. 

Além disso, demonstram um compromisso genuíno com a sustentabilidade e a responsabilidade social, fortalecendo sua reputação e atraindo talentos alinhados com esses valores. O que também pode ser considerado como uma estratégia para o êxito da companhia a longo prazo, visto que é uma forma de demonstrar a real preocupação com o futuro.