Com mais de 4 mil colaboradores e 34 lojas físicas na região Norte, varejista tem feito revolução digital dentro de casa; para diretor de RH, cultura de dados e segurança psicológica são pilares fundamentais de transformação

Por: Filipe Ducas*
Em um mercado cada vez mais competitivo, você já se perguntou quanto custa perder um talento valioso? A rotatividade de colaboradores vai muito além dos custos visíveis — é um dreno silencioso que suga não apenas recursos financeiros, mas também tempo, moral da equipe e até mesmo a satisfação dos clientes.
O turnover não é apenas uma métrica de RH; é um fator estratégico que pode impactar diretamente a sustentabilidade e a lucratividade da organização. Neste artigo, vamos explorar o custo real do turnover e discutir como uma abordagem mais estratégica da área de Gente pode ajudar a mitigar esses custos, transformando desafios em oportunidades de crescimento.
Os impactos financeiros do turnover
Quando um colaborador sai, as consequências financeiras são imediatas e profundas, mas muitas vezes subestimadas. Há custos diretos, como recrutamento e treinamento, e custos indiretos, como perda de produtividade e o impacto no engajamento da equipe.
Custos financeiros diretos:
Custos financeiros indiretos:
Quantificando o Custo do Turnover
Compreender o impacto financeiro do turnover é fundamental para justificar investimentos em estratégias de retenção e engajamento.
Estimativas gerais:
Esses percentuais refletem a complexidade das funções, o tempo necessário para treinamento e integração, além dos impactos estratégicos associados à saída de profissionais em posições-chave.
Fontes que corroboram esses números:
Vamos tentar ilustrar em um caso prático. Imagine uma empresa que perde um Gerente de Projetos com salário mensal de R$ 10.000 (ou seja, R$ 120.000 anuais). Vamos calcular os custos associados ao turnover desse profissional:
Total dos custos associados ao Turnover: R$ 81.500
Nesse cenário, o custo total para substituir o Gerente de Projetos equivale a aproximadamente 68% do salário anual do colaborador que saiu. Este valor demonstra o impacto financeiro significativo que a perda de um único profissional pode representar para a empresa, tudo isso sem contar possíveis impactos de receita, que é muito comum para empresas do segmento de consultoria.
Além de custos associados ao turnover, muitas vezes não observamos a perda na performance financeira advinda do impacto que isso gera no engajamento. E como o alto engajamento pode impactar positivamente nos resultados de negócio.
Eu sigo repetindo que as pessoas são as alavancas mais importantes de qualquer organização. Seu nível de engajamento, produtividade e alinhamento com os objetivos da empresa são fundamentais para alcançar resultados excepcionais.
Muitas vezes as empresas têm dificuldades de correlacionar o engajamento com os resultados financeiros, porém existem estudos que apontam que o alto engajamento resulta em uma performance financeira superior, como:
Referência: Gallup – The Right Culture: Not Just About Employee Satisfaction
Referência: Aon Hewitt – 2015 Trends in Global Employee Engagement
Implementar estratégias que reduzam o turnover e aumentem o engajamento traz uma série de benefícios tangíveis e intangíveis para a organização.
Compreender e agir sobre os custos do turnover e a importância do engajamento é essencial para qualquer organização que busca sucesso a longo prazo. Investir em estratégias que valorizem e engajem os colaboradores não é apenas uma questão de reduzir despesas, mas de reconhecer que o capital humano é o principal impulsionador da inovação, qualidade e competitividade.
Referências
*Filipe Ducas. Formado em Administração, com Especialização em Recursos Humanos e MBA Internacional em Liderança e Gestão, Ducas é uma das referências brasileiras no setor de Remuneração e Benefícios, com uma carreira global e robusta. Co-fundador e Executivo Sênior de Remuneração da Comp, possui mais de 20 anos de experiência em posições de liderança em Remuneração, Operações de RH e People Analytics em gigantes como IBM, Atento, Cognizant, XP Inc. e Grupo OLX. Sua expertise é desenhar políticas e liderar projetos transformadores, com foco em utilizar tecnologia para potencializar o capital humano. Pela Comp, já foi responsável por ajudar mais de 100 empresas a construírem estratégias de remuneração que conectam a estratégia de talentos com o negócio.
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