Evento de lançamento da 4° edição do report anual de Cajuína aponta tendências e desafios que vão moldar o mundo do trabalho no próximo ano
O número de afastamentos por motivos de saúde mental continua crescendo no Brasil e tudo indica que 2025 deve se consolidar como o quinto ano seguido de alta.
Nesta atualização do 3º trimestre dos dados públicos feita pela Data Cajuína, a nossa iniciativa de análise de dados, o INSS registrou 135.395 novos afastamentos concedidos a trabalhadores que precisaram recorrer ao Auxílio Doença Previdenciário por transtornos mentais e comportamentais de julho a setembro.
Com isso, o país alcançou a marca de 403.085 afastamentos nos nove primeiros meses de 2025, o que já representa 85,3% de todo o volume registrado em 2024. Mantendo o ritmo atual, o Brasil deve fechar o ano com mais de meio milhão de afastamentos, o maior número da série histórica.
Esses dados são públicos e disponibilizados pelo INSS e pelo Ministério da Previdência Social, por meio do portal de Dados Abertos do Governo Federal, com atualização mensal.
Durante o 3º trimestre de 2025, os registros mostraram um movimento de queda mensal em julho, mas que logo em seguida voltou a crescer em agosto:
Apesar das variações, a tendência geral do trimestre foi de manutenção em patamares altos, com o total trimestral de 135.395 afastamentos. O volume ficou -14,6% abaixo do 2º trimestre (158.537 casos), mas ainda muito acima do registrado no início do ano (109.153 no 1º trimestre).
Na média, 2025 registra 44.787 afastamentos por mês, número 13,7% superior à média mensal de 2024 (39.360). Mesmo com a pequena desaceleração observada no 3º trimestre, a tendência continua de crescimento consolidado.
Entre julho e setembro, os afastamentos por saúde mental representaram 13,3% de todos os auxílios-doença concedidos pelo governo brasileiro, uma proporção ligeiramente menor que a média do 1º semestre (13,9%) e que a média de 2024 (13,5%).
Mesmo assim, o número reforça que 1 em cada 7 afastamentos hoje é motivado por transtornos mentais.
Ao longo de 2025, o país já acumula 403.085 afastamentos por transtornos mentais.
Esse total representa:
Mesmo que o último trimestre registre o mesmo volume do trimestre com menor número de casos em 2025 (Q1), o Brasil superará a marca de meio milhão de afastamentos por saúde mental pela primeira vez.
Com base na média atual, a projeção indica um crescimento de +13,7% sobre 2024, totalizando cerca de +65 mil novos afastamentos no comparativo anual.
A análise dos 10 principais códigos da Classificação Internacional de Doenças (CID-10) mostra que o ranking se mantém estável desde o início do ano:
A doença que lidera o ranking nesses primeiros 9 meses do ano segue sendo a Ansiedade (F41), com 121.148, o que representa 30% do total de casos de 2025. Na sequência aparece Episódios depressivos (F32) com 94.109 casos e depois o Transtorno afetivo bipolar (F31) com 45.562 casos.
Juntas, essas 10 condições representam 93,1% de todos os afastamentos do 3º trimestre e também do acumulado do ano.
Somadas, as doenças F32 (Episódios depressivos) e F33 (Transtorno depressivo recorrente) já totalizam 139.143 afastamentos, superando os casos de ansiedade.
Os dados do 3º trimestre de 2025 deixam um alerta: mesmo com pequenas variações mensais, a saúde mental segue como uma das maiores causas de afastamento de profissionais no país. Isso evidencia como a sobrecarga emocional e o estresse crônico continuam impactando diretamente a vida dos trabalhadores brasileiros.
Para empresas e líderes de RH, isso demanda três movimentos essenciais:
Mais do que uma estatística, cada afastamento representa uma pessoa, uma equipe e um impacto direto sobre o negócio. E a tendência de crescimento mostra que agir sobre saúde mental é hoje uma responsabilidade estratégica de todos.
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