Com base na análise de 370 perfis de líderes de RH das maiores empresas do País, pesquisa ressalta presença feminina no setor; Administração e Psicologia seguem como as principais áreas de formação, mas Engenharia vem logo atrás
Há pouco mais de 10 anos, Marc Andressen, fundador da Netscape, uma das primeiras grandes startups da Internet e hoje sócio da Andreessen Horowitz, fundo de venture capital destaque no Vale do Silício, escreveu o famoso artigo “O software está comendo o mundo“.
A mudança no comportamento das pessoas acelerada pela pandemia gerou uma forte pressão pela transformação digital dos negócios de todos os tamanhos, e tornou empresas, no todo ou em parte, empresas de software.
E nesse contexto, a briga por talentos em produto, tecnologia e design torna-se cada vez mais acirrada. Estima-se que a demanda em tecnologia será de 800 mil profissionais até 2025, no entanto, enquanto as vagas crescem de forma exponencial, a formação cresce de forma muito mais linear. Hoje não tem profissional para todas as vagas abertas no mercado.
Além da questão de oferta/demanda, vejo uma mudança no comportamento dos profissionais de tecnologia, buscando cada vez mais flexibilidade e possibilidade de se envolver em projetos diferentes ao longo da carreira. Não foram só os clientes que mudaram, mas também os profissionais.
Não acredito que as empresas vão preencher 100% das vagas abertas na área hoje e/ou daqui pra frente apenas com profissionais full time exclusivos.
As empresas vão precisar construir um ecossistema expandido de força de trabalho (ou um workforce ecosystem, como batizaram MIT e Deloitte) combinando talentos internos e externos – desenvolvedores freelancer, estúdios de software, startups –, especialmente para se manter inovando e desenvolvendo novos produtos.
O aumento do número de pessoas de produto, tecnologia e design nas empresas e um olhar de ecossistema expandido de força de trabalho exige uma transformação na forma de pensar e agir das organizações e na forma como estas fazem a gestão de pessoas:
Ainda estamos no início de um processo acelerado de mudança na forma de pensar e agir das organizações e vejo os profissionais de produto, tecnologia e design com papel fundamental para a criação de novos negócios e a transformação digital dos negócios atuais. Acredito que as organizações que vão continuar crescendo são aquelas que souberem atrair talentos de tecnologia e fazê-los atuar em rede.
Transformação digital é sobre mudar a forma de pensar e agir, utilizando tecnologia e dados, para entregar uma melhor experiência para os clientes.
*Texto e opinião por Vítor Andrade.
As mais lidas