Especialista em felicidade corporativa discute a importância das empresas pensarem no bem-estar dos colaboradores, valorizando relações de trabalho e equilíbrio entre vida pessoal e profissional

Há pouco mais de 10 anos, Marc Andressen, fundador da Netscape, uma das primeiras grandes startups da Internet e hoje sócio da Andreessen Horowitz, fundo de venture capital destaque no Vale do Silício, escreveu o famoso artigo “O software está comendo o mundo“.
A mudança no comportamento das pessoas acelerada pela pandemia gerou uma forte pressão pela transformação digital dos negócios de todos os tamanhos, e tornou empresas, no todo ou em parte, empresas de software.
E nesse contexto, a briga por talentos em produto, tecnologia e design torna-se cada vez mais acirrada. Estima-se que a demanda em tecnologia será de 800 mil profissionais até 2025, no entanto, enquanto as vagas crescem de forma exponencial, a formação cresce de forma muito mais linear. Hoje não tem profissional para todas as vagas abertas no mercado.
Além da questão de oferta/demanda, vejo uma mudança no comportamento dos profissionais de tecnologia, buscando cada vez mais flexibilidade e possibilidade de se envolver em projetos diferentes ao longo da carreira. Não foram só os clientes que mudaram, mas também os profissionais.
Não acredito que as empresas vão preencher 100% das vagas abertas na área hoje e/ou daqui pra frente apenas com profissionais full time exclusivos.
As empresas vão precisar construir um ecossistema expandido de força de trabalho (ou um workforce ecosystem, como batizaram MIT e Deloitte) combinando talentos internos e externos – desenvolvedores freelancer, estúdios de software, startups –, especialmente para se manter inovando e desenvolvendo novos produtos.
O aumento do número de pessoas de produto, tecnologia e design nas empresas e um olhar de ecossistema expandido de força de trabalho exige uma transformação na forma de pensar e agir das organizações e na forma como estas fazem a gestão de pessoas:
Ainda estamos no início de um processo acelerado de mudança na forma de pensar e agir das organizações e vejo os profissionais de produto, tecnologia e design com papel fundamental para a criação de novos negócios e a transformação digital dos negócios atuais. Acredito que as organizações que vão continuar crescendo são aquelas que souberem atrair talentos de tecnologia e fazê-los atuar em rede.
Transformação digital é sobre mudar a forma de pensar e agir, utilizando tecnologia e dados, para entregar uma melhor experiência para os clientes.
*Texto e opinião por Vítor Andrade.
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