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A expressão do momento, aquela tendência que acabou de chegar ao mercado, uma notícia que tem chamado atenção, uma trend que viraliza nas redes ou até uma nova regulamentação. Se o tema está quente, é melhor não ficar para trás. Mas nem sempre conseguimos ir na esteira das novidades e entender tudo que tem acontecido no mundo do RH.
A roda gira, e às vezes bem rápido. Esta seção de Cajuína traz os assuntos mais frescos do universo de quem trabalha com gente.
Na pauta dessa semana, vamos falar sobre task masking, tendência que tem ganho popularidade nas redes sociais – e que pode ser tanto um sintoma quanto um problema para o RH lidar.
De tempos em tempos, uma expressão em inglês sobre o mundo do trabalho ganha espaço nas redes sociais. Muitas delas – caso do “quiet quitting”, do “rage applying” ou do “quit-tok”, estão relacionadas a uma visão pós-pandêmica do universo do trabalho. A bola da vez não é diferente: o “task masking”.
Popularizada no TikTok, com dicas de como seguir, o task masking talvez seja nada mais do que um novo nome para a clássica “enrolada”: ele consiste em práticas feitas pelo trabalhador para “fingir que está ocupado” (daí o nome, “mascaramento de tarefas”, em tradução literal).
Entre as práticas mais populares recomendadas nas redes, estão:
Mais popular entre os jovens e os membros da geração Z, a prática funciona como uma espécie de protesto silencioso – seja contra a retomada do trabalho presencial ou até mesmo uma forma de demonstrar que o trabalho não é a única prioridade existente. No entanto, com seu lado teatral, o task masking também busca passar a sensação de produtividade para a liderança.
Em alguns vídeos, a prática tem sido usada como recomendação para forçar as empresas a voltarem para o home office ou buscar uma maior flexibilização na carga horária e na jornada de trabalho. Mas, poucos são os conteúdos, porém, em que há uma lembrança de que o tiro pode sair pela culatra.
O primeiro fato que deve chamar a atenção do RH é que, caso o task masking seja detectado, ele é um sinal claro de desengajamento dos colaboradores – seja com a cultura, com a gestão ou com a liderança mais próxima.
Ao ser percebido, o task masking deve ser diagnosticado pela empresa a fim de entender os motivos que levaram o colaborador a tomar tal decisão.
Medidas disciplinares podem ser aplicadas, mas compreender as causas pode indicar que há problemas mais graves dentro da companhia – e que entram dentro dos domínios do RH. O diagnóstico também é importante para compreender o tamanho da medida disciplinar que pode ser adotada.
Em alguns casos, apontam especialistas, é possível até mesmo iniciar um processo de demissão por justa causa; todavia, esse caminho pode não fazer sentido caso a lista de demandas do colaborador seja excessiva ou ele demonstre de fato a produtividade esperada.
Outro ponto importante é que, mesmo antes de ser detectado, o “task masking” já pode causar problemas como saúde mental: com medo de ser descoberto, o colaborador pode começar a sentir uma pressão ainda maior do que a levou a optar pelo “teatro corporativo”. Além disso, vale ainda o lembrete: apesar de estar identificado com a geração Z, tal fenômeno pode acontecer com colaboradores de variadas idades.
Mais do que tudo, é importante que o RH adote uma postura de reconstrução das relações de confiança – e reforço da cultura da empresa. Além disso, dependendo do cenário, pode valer a pena rever temas como flexibilidade e demanda por produtividade.
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