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Biblioteca Cajuína: livros de ficção indicados por líderes de negócios

Literatura também pode trazer lições importantes para dia a dia das organizações e desenvolvimento pessoal; sugestões vão de clássicos a nomes do Brasil contemporâneo

Redação
27 de maio de 2024
Leia emminutos
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Quem acompanha Cajuína há algum tempo talvez já tenha reparado que, ao final das nossas entrevistas, é bastante comum pedirmos indicações de livros, filmes ou podcasts para as pessoas com quem conversamos. Frequentemente, as dicas vêm das áreas de negócios, desenvolvimento pessoal e não-ficção. 

Mas o universo dos livros não se faz apenas com uma prateleira. Além disso, desde que o mundo é mundo, a humanidade aprende novas ideias por meio de histórias inventadas. Pensando nisso, pedimos a diversos líderes de negócios que indicassem livros de ficção que lhes deram lições importantes, seja dentro das organizações ou em suas vidas pessoais, para esta edição especial da Biblioteca Cajuína. Senta, que lá vem história… 

O Gattopardo, de Tomasi de Lampedusa

Dica de Guilherme Horn, diretor do WhatsApp no Brasil

O livro é uma aula de análise do Poder, algo que está presente em qualquer organização, mas que, dependendo da cultura organizacional, pode ser mais ou menos aparente. Em uma determinada passagem, diante de uma insurreição iminente, o experiente tio diz para o jovem príncipe algo como: há momentos em que é preciso mudar para que nada mude! Essa frase é de uma sabedoria ímpar e é completamente atemporal. Em diversos momentos da minha carreira, me deparei com situações em que os gestores promoveram mudanças aparentes, que não mexiam na estrutura que realmente precisava ser transformada, mas que foram suficientes para acalmar os ânimos e seguir adiante.

Sidarta, de Hermann Hesse

Dica de Tatiana Mattos, head da BlaBlaCar no Brasil

É uma obra que me convidou a ouvir a minha alma e ser fiel a ela. Uma lição sobre paciência, autoconfiança e busca de sentido.

Torto Arado, de Itamar Vieira Junior

Dica de Ronaldo Ribeiro, CEO da Farmax

É um livro que, na minha opinião, toda pessoa brasileira deveria ler. Ele traz a história de duas irmãs cujas trajetórias nos possibilitam aprendizados e discussões muito importantes sobre a construção da sociedade brasileira e sua consequente desigualdade. Um livro que nos transporta a séculos atrás e que nos mostra que o presente não é tão diferente assim. Entretanto, o presente, claro, é responsabilidade nossa. 

Tudo é Rio, de Carla Madeira

Dica de Paula Bellizia, presidente de pagamentos globais do Ebanx

É um livro difícil, porque fala de violência, de reações do ser humano como animal e personagens que são odiáveis. Mas quando você vê, você está muito envolvido. É um livro que sei que vou ter que reler para prestar atenção em detalhes da narrativa que passam batido às vezes numa primeira leitura. Vi muita gente nas redes sociais dizendo que odiou, que não consegue suportar a história, mas para mim é uma história que precisa ser contada, sem julgamentos, mesmo com um alto nível de violência contra a mulher. É uma história “real”, o Brasil é um país de muita violência contra a mulher. É um livro que é um soco no estômago. 

Musashi, de Eiji Yoshikawa

Dica de Rodrigo Oliveira, chef do restaurante Mocotó

Musashi é um livro de ficção, mas é baseado numa história real de um samurai, um guerreiro japonês, que é derrotado na guerra e sai numa jornada pessoal para se conhecer, se reconhecer e provar o seu valor. É uma obra monumental, que eu li há algum tempo, mas voltei a reler agora – e acho que eu voltei a esse livro justamente porque ele é um desafio, mas é uma obra cativante, já recomendei para muita gente. Lembro da ansiedade que eu tinha na primeira vez que eu li, de voltar ao livro e continuar sabendo o que ia acontecer, entre os embates filosóficos e grandes batalhas. Toda a parte filosófica dessa cultura oriental, marcial, é muito útil para os dias de hoje, essa jornada onde o Musashi vai encontrando valor e grandiosidade ao longo do caminho, no corte de uma rosa, por exemplo.  

A Visita Cruel do Tempo, de Jennifer Egan

Dica de Marcos Toledo, cofundador e sócio operador do Canary

A forma como a autora escreve é incrível, experimentando diferentes formas de linguagem, tom de voz, ponto de vista e até mídia para cada capítulo. É uma história super interessante, divertida, num ambiente bem musical. Por acaso, estou lendo o mais recente livro dela (A Casa de Doces) e também é muito bom, com alguns dos mesmos personagens do anterior.