Filipe Ducas desvenda como a criatividade nos ILPs pode impulsionar o engajamento e o sucesso organizacional em qualquer fase de desenvolvimento empresarial
Liderança no ESG por Bruno Junqueira, da SOMOS Educação
"É cada vez mais necessário provocar no líder qual é esse seu papel no todo, qual a missão o universo está lhe confiando."
Para falar da importância da liderança sustentável, ouso começar por Aristóteles. O filósofo grego acreditava que o universo era ordenado, cósmico, onde cada parte teria seu lugar ideal e o todo só funcionaria de maneira adequada se essas partes estivessem encaixadas, orientadas por seu talento natural. Assim, o vento seria capaz de ventar com uma habilidade incrível, o que não aconteceria se resolvesse fazer as vezes do sol. Para Aristóteles, o respeito a essa perfeição e talento é condição para uma vida boa, “eudaimônica” para falar à moda dos gregos. Caso contrário, a máquina iria “chiar”, denunciando algum desencaixe nesse todo perfeito.
O que isso teria a ver com sustentabilidade?
A discussão sobre sustentabilidade no final das contas é uma discussão sobre o encaixe perfeito do TODO, à despeito de tentativas mil de peças avulsas que gostariam de uma vantagem SOLITÁRIA qualquer. Educar líderes para sustentabilidade significa trazer para o debate corporativo essa discussão ética. E no cerne da questão está a ideia de legado.
É cada vez mais necessário provocar no líder qual é esse seu papel no todo, qual a missão o universo está lhe confiando.
Não há como liderar somente para o dia seguinte, para o “ano fiscal” em questão. Refletir sobre qual é o nosso legado nos leva a olhar para o hoje com respeito e dedicação que precisamos para construir o amanhã, tecendo um enredo que nos faça ter orgulho da trajetória que estamos construindo.
Há muita distração pelo caminho, por vezes dotada de atalhos atrativos e simplificadores, mas é exatamente nesses momentos que se faz ainda mais necessária a liderança para a sustentabilidade. As crises são didáticas nesse sentido, porque reveladoras de quem, de fato, está disposto a abrir mão de ganhos fáceis por convicções éticas duradouras.
Outro ponto relevante dessa discussão está em ampliar o debate sobre sustentabilidade – ou ESG, para falar no termo da moda. Em várias corporações ainda é uma discussão restrita a uma noção ambiental e aqui temos uma grande oportunidade de inspirar novas lideranças a incluir esse debate na estratégia do negócio.
É necessário que o líder esteja preparado para trazer à tona o tema de maneira ampliada, gerando valor em toda cadeia e ampliando o nível de consciência dos diversos atores do sistema. A ambição deve ser levar essa “maneira de pensar” para todo processo decisório, atuando com coragem para consolidar os avanços conquistados até aqui e agir com ousadia em busca de um porvir cada vez menos mitigador de desajustes e cada vez mais gerador de impacto positivo.
*Texto e opinião por Bruno Junqueira.
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