Referência na área, indústria farmacêutica quer ampliar acesso a solução indisponível no sistema de saúde para ‘todos os tipos de família’; para diretora de RH (e beneficiária da política), solução auxilia na atração e retenção de talentos

A expressão do momento, aquela tendência que acabou de chegar ao mercado, uma notícia que tem chamado atenção, uma trend que viraliza nas redes ou até uma nova regulamentação. Se o tema está quente, é melhor não ficar para trás. Mas nem sempre conseguimos ir na esteira das novidades e entender tudo que tem acontecido no mundo do RH.
A roda gira, e às vezes bem rápido. Esta seção de Cajuína traz os assuntos mais frescos do universo de quem trabalha com gente.
Na pauta dessa semana, vamos falar sobre a quiet ambition, ou “ambição silenciosa”, e explicar por que você precisa ficar sabendo desse assunto.
Entre as muitas diferenças que podemos encontrar na postura, mentalidade e visão de mundo das gerações, a noção de sucesso é uma delas. Para muitos profissionais da Geração Z, ver a relação que seus pais cultivavam com o trabalho ao longo do tempo – com jornadas extensas e ambientes (e chefes) muitas vezes tóxicos – foi o suficiente para não desejarem esse mesmo caminho.
A quiet ambition surge nesse contexto e pode ser compreendida como a busca por um outro formato de sucesso e realização, que rejeita a ideia de “trabalhar por trabalhar” e a antiga noção de que “chegar lá” é atingir um importante status profissional. São talentos que não não veem sentido em assumir maiores responsabilidades por um aumento sem ganhar também alguma realização pessoal.
O que importa para essa nova força de trabalho é conquistar equilíbrio entre a vida profissional e outras coisas (mais) importantes, como saúde mental, bem-estar físico, tempo de qualidade com a família e amigos, entre outros. Essa abordagem ganhou muito mais força no mundo pós-pandemia, e é especialmente popular entre a Geração Z, nascida entre 1995 e 2010.
Algumas razões contribuem para essa conexão:
1. Ênfase na saúde mental: a Geração Z está cada vez mais consciente dos desafios relacionados à saúde mental, como estresse e ansiedade. A quiet ambition oferece uma alternativa menos estressante à mentalidade “sempre ligada” e à pressão constante por resultados imediatos.
2. Resposta à cultura do trabalho tóxico: muitos jovens da Geração Z testemunharam os efeitos negativos de uma cultura corporativa competitiva e exigente. Como resultado, eles estão buscando um equilíbrio entre trabalho e vida pessoal e uma abordagem mais saudável para alcançar o sucesso.
3. Busca por significado: mais do que gerações anteriores, a Geração Z busca significado e propósito em seu trabalho e na vida em geral. Eles estão menos interessados em status e reconhecimento superficial e mais interessados em fazer a diferença de forma genuína. A quiet ambition oferece uma maneira de perseguir esses objetivos de forma alinhada com seus valores.
A quiet ambition representa uma mudança de paradigma na busca pelo sucesso, especialmente para a Geração Z, como falamos anteriormente. O que isso significa na prática? Esses profissionais não querem ser chefes. Isto é, passam longe da ambição tradicional de carreira, cuja progressão naturalmente leva a um cargo de liderança.
A carreira aqui não é mais a única grande meta, mas sim parte de um conjunto maior de prioridades e importâncias da vida, dividindo espaço com o bem-estar, a saúde mental, as viagens, tempo com amigos, experiências pessoais, entre outras coisas. E apesar de prevalecer entre a Geração Z, muitas outras pessoas fora do recorte geracional também têm adotado essa nova visão.
Para o RH, é significativo o impacto de ter uma boa fatia do quadro de funcionários sem interesse em se tornarem líderes — pelo menos, não no formato tradicional. É preciso pensar em como engajar e desenvolver profissionais que querem avançar para outras configurações e disponibilizar um caminho de aprendizado para aqueles profissionais que estão interessados em áreas diferentes, ou que querem liderar projetos e ver resultados, em vez de simplesmente buscar cargos de chefia e promoções.
O desafio é compreender que o crescimento profissional não precisa, necessariamente, acompanhar uma linha reta, vertical. Uma pessoa pode ganhar mais robustez nas suas entregas, por exemplo, gerindo projetos (e não pessoas), atuando de forma mais transversal com outras áreas, se especializando em um assunto ou segmento, aprendendo novas habilidades, etc.
É um erro promover pessoas que não querem liderar, mas também pode ser um erro não promover ou investir em alguém só por não querer gerir pessoas. A Geração Z não tem uma visão tão positiva da posição de chefia, pois ela sempre significou mais horas de trabalho, mais pressão, mais estresse… ou seja, é a contramão de tudo o que ela almeja.
Nessa hora, vale muito lançar mão da escuta ativa para entender o que faz sentido para seus funcionários. Experimente fazer estas 4 perguntas:
Entender os motivos que levam a essa rejeição do cargo de gestão é tão importante quanto entender que esse não é o único caminho possível para um bom desenvolvimento profissional.
O que quer a geração Z do mercado de trabalho?
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